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Rev. Everton Matheus

Mensagem: Cristianismo sem Cristo




“Muitos dos seus discípulos, tendo ouvido tais palavras, disseram: Duro é este discurso; quem pode ouvir?" João 6.60


Muitas vezes encontramos pessoas afirmando que precisam apenas de Jesus e não de “teologia”, outras vezes, que precisamos amar as pessoas como Jesus as amou, ou ainda que Jesus confrontou a religião e agregou os pecadores e excluídos. Todas estas afirmações apontam para um cristianismo sem o verdadeiro Cristo!


Vejamos: “precisamos apenas de Jesus e não de teologia!”. Será? Para ficar claro, entendemos por teologia o estudo da revelação de Deus, expressado de modo claro nos ensinos e doutrinas do Antigo e Novo Testamento, referendado e explicitado pelo próprio Jesus e seus apóstolos. Relembremos o que Jesus disse: “Examinai as Escrituras...” João 5.39; “Se vós permanecerdes na minha palavra... João 8.31-32; “As minhas ovelhas ouvem a minha voz...” João 10.27; “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda...” João 14.21; “Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado;” João 15.3, 7 e 10; e tantos outros textos apontam para o fato que é impossível estar em Cristo sem conhecer, guardar e viver nos seus ensinos. Precisamos de teologia, ou seja, de estudar o que o próprio Cristo, a Palavra encarnada, nos ensinou. Tanto que Ele mesmo nos adverte a ensinar todas as coisas que ele nos ordenou (Mt 28.20).


Continuemos: “Precisamos amar as pessoas como Jesus as amou!”. Com certeza! Mas como Jesus as amou? Um grande erro na prática da afirmação acima e mudar o padrão do amor segundo a Bíblia nos apresenta. Para muitos o amor de Jesus é universal e tolerante! Será? Focado em João 3.16 muitos afirmam que Deus amou o mundo, num sentido universal, ou seja, “todas as pessoas deste mundo”. Não é isso que o texto diz. Mesmo porque o texto pressupõe que existem pessoas que não creem e nunca crerão, e por isso já estão julgados (v.18). Se o amor de Jesus fosse para com todos os homens, tendo ele o poder que tem, deixaria alguém ser condenado? Outro fator que o texto apresenta, quando Jesus está falando à Nicodemos (Judeu que pensava que a salvação era apenas para o povo de Israel), é que a salvação não é apenas para a nação de Israel, mas sim para todas as nações, ou seja, “o mundo”.

Neste sentido Deus amou, não todas as pessoas, mas pessoas de todas as nações. Outro argumento é que o próprio Jesus demonstra amor seletivo, quando ora apenas por aqueles que o Pai lhe deu (João 17.9 - “...não rogo pelo mundo”). Um outro detalhe é que Jesus declara odiar os hereges, veja Apocalipse 2.6 (nicolaítas). Logo, o amor de Jesus não é tolerante com a prática da injustiça! Sendo assim, podemos tratar da última afirmação:


“Jesus confrontou a religião e agregou os pecadores e excluídos!”. Até que ponto isso é verdade? Realmente Jesus confrontou a religiosidade vazia, a busca pela salvação baseada nos méritos humanos em guardar a lei e através dos serviços litúrgicos. Fato! Mas, isso não significa confrontar a religião. Jesus participou de todos eventos solenes determinados pela lei, apresentou a mulher samaritana como deveria ser a adoração (João 4.19-26) e não rejeitou ser adorado e reconhecido como Deus (João 20.28-29). Quanto ao agregar os pecadores e excluídos, também podemos questionar: até que ponto isso é verdade? Todas as vezes que Jesus busca o “perdido”, agregando e falando com eles, não os deixa de confrontar. Agregar não é sinônimo de tolerar as práticas pecaminosas, acolher não é sinônimo de “fazer vistas grossas”. Jesus nunca deixou de aplicar a palavra, mesmo aos desvalidos pela sociedade. Com a mulher adúltera, “vais e não peques mais” (João 8.11); com a multidão que Ele havia dado pão e peixe, disse: “se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos...” (João 6.53-66). Jesus confronta até mesmo quem Ele agrega! Ele leva sua mensagem de salvação a todos, mas não permite que fiquem na mesma condição. “Ele me aceita como sou, mas não me deixa como estou” diz a música.


Mencionamos apenas alguns pontos de modo simples, mas que apontam para o fato de estarmos vivendo um cristianismo sem o verdadeiro Cristo. E por consequência, nossa prática tem sido reprovada pelo SENHOR da igreja. “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”.

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